sábado, 7 de agosto de 2010

Arnaldeando

"Papai falava pra mim: Arnaldo, você é parente de índio tabajara. E o vovô, que compôs essa música, né, era o pai dele, né, e era coronel e já foi eleito prefeito parece que duas vezes em Avaré, nem sei se tomou posse. Mas ele tinha um violão que era fabricado com canivete e fazia assobios e assobios pra passarinho caçar, era uma loucura, né. Mas ele ficava tocando essa música, né, e eu peguei e consegui acompanhar o dedo dele, né, porque eu sou canhoto mas só pra escrever, pra tocar violão eu não sou, que nem o Paul McCartney ou Jimi Hendrix, né. Então, eu dedilhava meio toscamente, meio aprendendo, né, mas ele me ensinou. Então, ele me ensinou, ele tinha catorze filhos, né, mas ele me ensinou, então eu fui e decorei e foi assim que ficou."


Não estou nem aí
Composição: Arnaldo Baptista

Vamos para longe
Vamos pra onde eu vou
Será que é difícil esquecer os males?
Let's to the sunshine
Vamos pra onde eu vou
Será que é difícil esquecer os males?

Ontem me disseram que um dia eu vou morrer
Mas até lá eu não vou me esconder
Porque eu não estou nem aí pra morte
Não estou nem aí pra sorte
Eu quero mais é decolar toda manhã

Quero decolar toda manhã
Quero decolar toda manhã

Num mundo de cristal
Num mundo surreal
A vida, a morte, o amor
A vida, a paz, o amor...






"Aquela foi uma época de testar minha resistência em tudo. Quando eu estava vivendo com a Martha, mãe do meu filho, cheguei a andar a pé até Catanduva, a 400km de São Paulo. Eu achava ela lindíssima, mas meio monótona. Então preferia andar, né? Eu não tinha mais instrumentos em casa, tinha vendido tudo e estava muito sem dinheiro. Ela falava que eu queria pertencer ao sistema, mas o sistema não queria que eu pertencesse a ele."



O que você acha do mundo hoje? 

Acho que a Terra está no apogeu da Era Ígnea. Pros ígneo-rantes, “ígneo” é relativo ao fogo, né? Em vez de usar o sol ou o vento pra produzir energia, ainda somos piromaníacos. Mas atingimos uma etapa em que devemos tomar consciência do que estamos fazendo com o nosso lar, a Terra. Poderíamos tentar nos comunicar com seres extra-terrenos pra ver se aprendemos alguma coisa. Mas se eu fosse um ET e visse a Terra como ela é hoje, tão careta e religiosa, hesitaria antes de entrar em contato com gente que poderia me julgar Deus. Imagina, eu fazendo telecinese por eletroímãs e o povo achando que era milagre? Penso também que a humanidade – mudando de palhaço pra físico, como eu te falei – aprendeu a eliminar os gauss (medida de densidade de fluxo magnético) dos ímãs, mas, pra vencer a força da gravidade, teria que eliminar os grávitons (partícula hipotética da gravidade quântica), que determina que objetos não-metálicos, como a minha mão, sejam impulsionados para baixo. Os discos voadores fazem isso. Mas o ser humano evolui, hoje em dia já se fabrica até aviões sem piloto, que atingem velocidades tão altas que uma pessoa não aguentaria. Vai saber até onde a humanidade chega... ciborgues, sei lá.





"Eu acho que Louvado Seja Deus é um lado que a gente tem um pendor pra fazer uma louvação a algo adorado, né. E com isso a gente aumenta o potencial dentro de cada um de nós, né, sem envolvimentos com vício e com coisas malignas, né. Então nesse sentido a gente vai levar a adiante isso de louvação onde o lado poético encontra amor até em entidades que são psicodélicas e atéias, como um deus que não tem nada a quem ele adore."

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