sexta-feira, 20 de agosto de 2010

12 e 4

Tenha pena de Deus, roubei sua inocência. Tirei sua imagem de criador e coloquei o peso da culpa de todas as dúvidas e dívidas, de todas as preguiças e comodismo de se perguntar, de se limitar aos falsos parâmetros. Se só chegamos até aqui, é por culpa dele, e se chegamos até aqui é por culpa dele também.


Alguns dizem que seu amor é maravilhoso e que seu perdão é a libertação, e fizemos o mundo em reflexo da ignorância e egoísmo do homem. É repugnante pensar que pessoas estão em pé, ajoelhadas, sentadas implorando pelo perdão de Deus, prometendo sacrifícios, enquanto ainda se faz escolhas ordinárias.


Não quero me redimir a isto, não quero me tornar um corpo que peca e que vive em um mundo amaldiçoado, me limitando a apenas a pedir perdão. Perdão não move pedras, perdão não responde as ansiedades.


Todos os dias, deito minha cabeça ao travesseiro, sem a capacidade de adivinhar o próximo segundo. Alimento-me do amor que me lidera, um sentimento próprio, que o homem me fez sentir.


Enoja-me a capacidade de pessoas estarem sempre aptas a seguir caminhos que enaltecem ou subestima muito alguém. A vida é tão rápida e linda para que percamos tempo com escolhas que machuquem alguém; tão linda seria uma vida persuadida pelo amor. Tenho o amor como meu deus, como meus instintos básicos.


Tento não me calar pelo otimismo que se colide, ultimamente. Tento não me alienar aos magistérios da vida, tento encarar-la de modo seguro e ativo, com a bendita vontade de amar. Procurando por corações de ouro, procurando pelo universo onírico, procurando pelo Eldorado. Paradoxo seria se eu me desse conta que estou no Reino de Deus, 12 e 4 juntos.

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